ATA DA REUNIÃO DE INSTALAÇÃO DA TERCEIRA COMISSÃO
REPRESENTATIVA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM 03-01-2007.
Aos três dias do mês de
janeiro do ano de dois mil e sete, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do
Palácio Aloísio Filho, a Comissão Representativa da Câmara Municipal de Porto
Alegre. Às nove horas e quarenta e cinco minutos, foi realizada a segunda
chamada, respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Bernardino Vendruscolo e Luiz Braz e pelas Vereadoras Maristela Meneghetti
e Neuza Canabarro, Titulares, e pelos Vereadores Carlos Comassetto, Carlos
Todeschini e João Antonio Dib, Não-Titulares, tendo o Senhora Presidenta
declarado abertos os trabalhos e instalada a Terceira Comissão Representativa
da Décima Quarta Legislatura. Ainda, durante a Reunião, compareceram a
Vereadora Clênia Maranhão, Titular, e os Vereadores Ervino Besson e Newton
Braga Rosa, Não-Titulares. À MESA, foram encaminhados: pelo Vereador Bernardino
Vendruscolo, os Pedidos de Providência nos 2152, 2153 e 2154/06
(Processos nos 5964, 5965 e 5966/06, respectivamente); pela
Vereadora Maria Celeste, o Pedido de Providência nº 2155/06 (Processo nº
5967/06); pelo Vereador João Carlos Nedel, os Pedidos de Providência nos
2150 e 2151/06 (Processos nos 5962 e 5963/06, respectivamente); pela
Vereadora Sofia Cavedon, o Pedido de Providência nº 256/06 (Processo nº
5984/06). Do EXPEDIENTE, constaram: Ofícios nos 11139891, 11141140,
11141353, 11142004, 11142734, 11143459 e 11144183/06, do Fundo Nacional de
Saúde do Ministério da Saúde; 137773, 137774, 141757, 159505,178110, 178111,
180343, 184803, 201846 e 201847/06, do Senhor Daniel Silva Balaban, Presidente
do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, do Ministério da Educação;
s/nº, do Senhor Carlos Nunes da Costa, Coordenador-Geral de Programas para o
Desenvolvimento do Ensino, do Ministério da Educação. Em COMUNICAÇÕES, o
Vereador Adeli Sell mencionou notícias publicadas na imprensa, acerca da falta
de água nas Zonas Leste e Norte da Cidade, sustentando que esses problemas não
eram verificados durante as gestões do Partido dos Trabalhadores na Cidade.
Ainda, discursou sobre o acúmulo de lixo espalhado nas vias públicas de Porto
Alegre e protestou contra o excesso de vendedores ambulantes em situação
irregular no Centro. O Vereador Bernardino Vendruscolo referiu-se ao quórum e à
condução dos trabalhos da presente Reunião. Também, aludiu às responsabilidades
dos Senhores Vereadores em discutir com seriedade os problemas do Município,
justificando que mesmo os parlamentares que dão sustentação ao Governo do
Prefeito José Fogaça não podem ignorar as reclamações das comunidades e
deficiências existentes na Cidade, como o estado precário de alguns prédios da área
central. Na ocasião, foi apregoado Comunicado de autoria do Vereador João Antonio
Dib, Líder da Bancada do Partido Progressista, informando que, na presente
Reunião, o Vereador João Carlos Nedel será substituído na titularidade da
Comissão Representativa pelo Vereador João Antonio Dib, nos termos do artigo
83, parágrafo único, do Regimento. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Carlos
Comassetto cumprimentou os novos integrantes eleitos da Mesa Diretora da Câmara
Municipal de Porto Alegre, enfatizando que, pela primeira vez na história deste
Legislativo, há um número tão expressivo de mulheres nesses cargos. Ainda,
examinou criticamente a questão dos repasses do Governo do Estado para a área
da saúde municipal e enfocou problemas na estrutura da Brigada Militar e na
segurança pública em todo o Estado. O Vereador Luiz Braz elogiou a posse da
Vereadora Maria Celeste na presidência desta Casa, fazendo, porém, restrições a
afirmações de Sua Excelência, no tocante aos trabalhos realizados pela Câmara
Municipal de Porto Alegre durante o ano de dois mil e seis, especialmente na
concessão de homenagens. Em relação ao assunto, declarou que o número de
Projetos apreciados em prol da Cidade foi em número bem mais significativo do
que a concessão de Títulos e Prêmios. O Vereador João Antonio Dib reportou-se à
sua atuação como Diretor do Departamento Municipal de Água e Esgotos, lembrando
as melhorias feitas por Sua Excelência durante esse período e justificando que,
em virtude do crescimento da demanda, é preciso realizar uma série de obras
complexas para atender às necessidades atuais da população. Também, discorreu sobre
os ambulantes irregulares do Centro, sobre a falta de medicamentos para
distribuição à população carente da Cidade e sobre a posse da nova Mesa Diretora
desta Casa. A Vereadora Neuza Canabarro ressaltou a importância dos trabalhos
realizados por este Legislativo, especialmente na fiscalização dos atos do
Executivo Municipal, mencionando a quantidade de proposições analisadas pela
Câmara Municipal de Porto Alegre no ano de dois mil e seis. Ainda, manifestou
seu apoio à Presidenta Maria Celeste, externando sua expectativa de que a Mesa
Diretora trabalhe com humildade e transparência, em direção ao aprimoramento
das relações com a comunidade e com o Poder Executivo Municipal. Em
continuidade, foi apregoado Comunicado de autoria do Vereador Adeli Sell, Líder
da Bancada do Partido dos Trabalhadores, informando que o Vereador Aldacir Oliboni
será substituído na titularidade da Comissão Representativa pelo Vereador Carlos
Todeschini, nos termos do artigo 83, parágrafo único, do Regimento. Em COMUNICAÇÕES,
o Vereador Carlos Todeschini criticou o atual Governo do Estado por não cumprir
promessas realizadas durante a campanha eleitoral. Nesse sentido, comentou a
rejeição do Projeto de Lei n° 531/06, pela Assembléia Legislativa do Estado do
Rio Grande do Sul, que propunha a elevação de alíquotas de tributos estaduais.
Também, justificou a atuação do Departamento Municipal de Água e Esgoto durante
a administração do PT em Porto Alegre, responsabilizando a atual diretoria
pelos problemas com obras e abastecimento da Cidade. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o
Vereador Luiz Braz posicionou-se favoravelmente às medidas tributárias
propostas pela Governadora Yeda Crusius e rejeitadas pela Assembléia Legislativa,
alegando a necessidade da sua implementação para que o Estado possa cumprir
seus compromissos financeiros. Sobre o tema, opinou que os produtos e serviços
cujas taxas seriam mantidas ou aumentadas não são essenciais e, finalizando,
questionou a manutenção, pelo Governo Federal, da Contribuição Provisória sobre
Movimentação Financeira. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Newton Braga Rosa agradeceu
a acolhida que teve durante a cerimônia de posse na vereança desta Casa,
discursando sobre as responsabilidades que a Câmara Municipal de Porto Alegre
tem sobre a Cidade e as influências deste Legislativo em todo o Estado do Rio
Grande do Sul. Além disso, defendeu a redução da carga tributária para o setor
tecnológico, enfocando a relevância social da geração de empregos e da redução
de custos nessa área. A Vereadora Clênia Maranhão, elogiando o trabalho
realizado pela Câmara Municipal de Porto Alegre, pronunciou-se a respeito dos
debates desenvolvidos durante o ano passado, bem como a repercussão de Projetos
aprovados neste Legislativo. Igualmente, dissertou sobre a importância do apoio
dado pelos Partidos que formam a base do Governo Municipal, aludindo à atitude
respeitosa praticada por Bancadas de oposição e saudou o Vereador Newton Braga
Rosa pela sua posse como Vereador de Porto Alegre. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o
Vereador Adeli Sell chamou a atenção para o volume de recursos aportados pelo
Governo Federal para diversos programas públicos de Porto Alegre. Ainda,
questionou o corte nas horas extras de servidores municipais, alegando que essa
providência irá causar problemas na administração da Cidade. Finalizando,
debateu as possibilidades de o Município se tornar uma capital da tecnologia e
divergiu do programa fiscal proposto pela Governadora Yeda Crusius. O Vereador
João Antonio Dib teceu considerações a respeito da captação de água para consumo
da população de Porto Alegre, historiando problemas enfrentados pelo
Departamento Municipal de Água e Esgotos nessa área. Também, analisou
transtornos causados pelas obras de alargamento das Avenidas Assis Brasil e
Baltazar de Oliveira Garcia, referiu-se ao aumento do número de camelôs nas
ruas do Centro e respondeu a protestos do Vereador Adeli Sell contra o corte de
horas extras de funcionários municipais. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Ervino
Besson manifestou-se quanto ao trabalho do Departamento Municipal de Água e
Esgotos, comparando as administrações realizadas nesse órgão atualmente e por
ocasião do Governo do Partido dos Trabalhadores na Cidade. Além disso, avaliou
as condições de limpeza nas ruas de Porto Alegre, argumentando que pouco
adiantam os esforços da Prefeitura se a população não se conscientizar da
necessidade de colaboração para que não se jogue lixo nas vias públicas. Finalizando,
desejou sucesso aos novos integrantes da Mesa Diretora desta Casa. Em
COMUNICAÇÃO DE LÍDER, a Vereadora Clênia Maranhão citou as comemorações de
Ano-Novo na Usina do Gasômetro, salientando a magnitude da festa patrocinada
pela Prefeitura naquele local. Ainda, posicionou-se sobre os esforços para
minimizar problemas decorrentes de obras na Avenida Baltazar de Oliveira Garcia
e respondeu a críticas ao Governo Municipal, realizadas hoje neste Plenário,
principalmente em relação a problemas no Centro e às ações para melhorar a
estrutura de funcionamento do Departamento Municipal de Água e Esgotos. Às onze
horas e trinta e dois minutos, constatada a inexistência de quórum para
ingresso na Ordem do Dia, a Senhora Presidenta declarou encerrados os
trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Reunião Ordinária de
amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pela Vereadora
Maristela Meneghetti e secretariados
pela Vereadora Neuza Canabarro, como Secretária “ad hoc”. Do que eu, Neuza
Canabarro, Secretária “ad hoc”, determinei fosse lavrada a presente Ata, que,
após distribuída e aprovada, será assinada pelo Senhor 2º Secretário e pela
Senhora Presidenta.
A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Passamos às
O Ver. Adeli Sell está com a palavra em
Comunicações.
O SR. ADELI SELL: Cara Verª
Maristela Meneghetti, presidindo os trabalhos, queria saudá-la como
Vice-Presidenta desta Casa; colegas Vereadoras; Verª Neuza Canabarro; colegas
Vereadores, servidores desta Casa, temos, neste início de 2007, um conjunto de
problemas na Cidade, e como enfatizei ontem na minha locução em Comunicação de
Líder, nós vamos cuidar, sistematicamente, de questões pertinentes a Porto
Alegre e cobrar do Executivo, quando necessário.
Ver. Carlos Todeschini, V. Exª que dirigiu o
operoso DMAE, assim como o ex-Prefeito Ver. João Dib, que dirigiu, se não me
falha a memória, por duas vezes o Departamento Municipal de Água e Esgotos da
Cidade; eis a manchete de hoje (Lê.): “Falta de água castiga zonas Leste e
Norte”. “Numa região são 4 mil pessoas, e também outro grupo de número
indeterminado tem enfrentado problemas nas zonas Norte e Leste devido ao
aumento do consumo e das ligações clandestinas”. “Garrafas e piscinas para
armazenar o líquido”. Pesquisem nos jornais da Capital! Pesquisem, por favor!
Quando foi que nas outras gestões apareceram, mesmo no inclemente verão da
Capital, notícias sobre falta de água em Porto Alegre? Nesses últimos dias,
sistematicamente, a imprensa tem colocado o problema da falta de água. Eu posso
buscar em meu gabinete, Ver. Carlos Todeschini, e V. Exª pode verificar no
DMAE, assim como o Ver. João Dib: a água na Lomba do Pinheiro toda ela está com
elementos estranhos, quase marrons... Eu tenho recebido vários telefonemas e e-mails
de pessoas, queixando-se do problema da água em Porto Alegre. Alguma coisa vai
mal! Nós temos que estar atentos a esse problema, Ver. Luiz Braz.
O Sr. Luiz Braz: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Adeli Sell, V. Exª fez um
questionamento ao Plenário, e eu faço questão de lhe responder. Eu moro no
bairro Glória, e o meu Bairro ficou quatro dias sem água na gestão do Governo
de V. Exª, exatamente pelo rompimento de uma adutora. E nós mesmos trouxemos,
aqui, a água fétida que estava sendo servida numa das regiões da Lomba do
Pinheiro e pedimos, inclusive, um exame, para que nós pudéssemos, pelo menos,
colaborar com o DMAE, no sentido de mostrar que a água que estava sendo servida
lá não era de boa qualidade.
O SR. ADELI
SELL:
Eu lhe agradeço pelo seu aparte, e vou continuar falando sobre os problemas da
Cidade. Ontem, iniciou-se - Ver. Todeschini, este assunto é de seu interesse,
pois a avenida em questão é caminho para a sua casa - uma licitação para
pavimentação da Av. Vicente Monteggia. Nessa via importante, pela qual se chega
até a Vila Nova, eu contei seis imensos focos de lixo - isso só na Av. Vicente
Monteggia. Amigos meus que vieram do Paraná, dois professores, ficaram
impressionados com o lixo espalhado pela Cidade. Eu não estou inventando isso.
Circulem pela Cidade e vejam sobre o que eu estou falando. E eu pergunto ao
nosso Diretor Moncks: o que está havendo com o lixo da Cidade?
O Sr. Carlos
Todeschini: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Quanto a essa questão do lixo,
isso não está acontecendo somente na Av. Vicente Monteggia. Infelizmente, isso
está ocorrendo em toda a Cidade, e o controle de zoonoses, que também era feito
para verificar a presença de carrapatos, mosquitos e roedores, está fora de
controle, pois toda a Cidade está infestada por eles por abandono de serviço. É
o mesmo problema que ocorre no DMAE, Ver. Adeli. A falta de água não tem
justificativa. Eu lembro bem que, com os serviços que foram feitos nos meus
dois últimos anos de gestão, nós não tivemos falta de água, e, quando isso
aconteceu, não excedeu o período de quatro horas. Mas, agora, nós ficamos dias
e dias sem água. Isso está ocorrendo em razão das escolhas que se faz. Então, o
Governo tem de responder por isso.
O SR. ADELI
SELL:
Obrigado. Vou adiante: no Natal, no Ano Novo, as senhoras e os senhores por
acaso circularam pelo Centro da Cidade? Eu recebi telefonemas informando-me de
que o trânsito foi impedido na Av. Voluntários da Pátria, na véspera do Natal,
pois a Avenida foi tomada por ambulantes. A Av. Voluntários da Pátria foi
trancada. Trancada! Digo mais, Ver. João Dib, um servidor da Prefeitura me
ligou - um servidor me ligou - dizendo da situação. É impossível circular em
algumas horas do dia pela Av. Borges de Medeiros...
A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Para concluir,
Vereador.
O SR. ADELI SELL: É impossível.
No Tudo Fácil e na frente do Sulacap, é impossível circular. A Cidade foi
tomada por vendedores ambulantes que vendem produtos ilegais; vendem CDs e DVDs
e quebram as nossas locadoras que pagam impostos. Inclusive eu já disse aqui e
volto a dizer: não precisamos aumentar impostos, temos que combater a
sonegação.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Obrigada,
Vereador.
O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra
em Comunicações.
O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Presidenta dos
trabalhos, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores; Vereadora que preside,
eu me aproximei da mesa, até porque eu acho que qualquer um de nós pode errar e
eu sempre procuro ajudar. Fiz a observação de que nós precisaríamos fazer a
chamada. V. Exª me responde que há a Diretora Legislativa. Eu ainda acho que
nós temos de fazer a chamada dos Srs. Vereadores. Só estou lhe dizendo isto
daqui do microfone porque eu, primeiramente, lhe disse pessoal e diretamente.
Mas aqui nós temos três, quatro Vereadores da base do Governo...
A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Só um minuto
Vereador. Eu contei. Nós fizemos duas verificações de quórum, e eu constatei,
pela lista dos titulares, que havia quórum. Por isso eu fiz a abertura.
Apregôo, neste momento, que o Vereador Suplente, o Ver. João Antonio Dib, faz
parte da Comissão Representativa desta Reunião, substituindo o Ver. João Carlos
Nedel nesta data.
O SR.
BERNARDINO VENDRUSCOLO: O Ver. João Antonio Dib, pela experiência que
teve, ou o Ver. Luiz Braz farão uma complementação, depois, de como é que a
gente conduz a Sessão. Certamente o farão.
A
SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): V. Exª não vai colocar a Mesa em
uma situação constrangedora.
O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Eu presumo que
a gente aqui deve se ajudar, e esses Vereadores, pela experiência que têm,
entendem o que eu falei. E V. Exª...
A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): O seu tempo
está correndo, Vereador.
O SR.
BERNARDINO VENDRUSCOLO: Então,
enquanto eu estiver falando, V. Exª dê uma olhada no Regimento Interno, para
que possamos conduzir melhor o nosso trabalho. Obrigado.
Vereadores, então nós,
que somos da base do Governo, muitas vezes temos de ouvir certas reclamações e
ficar quietos, porque elas são verdadeiras. Eu acho que, acima de tudo, sendo
ou não da base do Governo, nós temos de ter responsabilidade, porque fazer
contraponto ou tentar desdizer ou justificar alguma coisa que nós sabemos que é
injustificável é estar aqui fazendo um papel que eu acho que a população não
merece ouvir, não merece assistir, e não é isso que nós nos propomos quando nos
tornamos candidatos e nos elegemos Vereadores.
Eu também tenho visto,
no Centro da Cidade, coisas absurdas, verdadeiros criatórios de morcegos e
pragas. Nós temos prédios no Centro da Cidade que, se porventura em algum deles
ocorrer um incêndio, é possível que esse prédio venha a afetar a estrutura dos
demais prédios ao lado.
Há prédios no Centro,
na Rua Marechal Floriano - parece-me que são tombados -, que estão apenas com a
parede da frente, amarrados para não caírem para frente, para não caírem na
avenida. Então, eu fico muito triste em ter de reforçar isso aqui, Vereadora
Presidente, mas realmente o nosso Governo vai ter de começar a sair para a rua
e olhar os problemas da Cidade. Obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
A SRA.
PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): O
Ver. Carlos Comassetto está com a palavra em Comunicações.
O SR. CARLOS
COMASSETTO:
Exma Verª Maristela
Meneghetti, quero cumprimentá-la neste momento, quando assume a presidência da
Sessão, e gostaria de dizer que Porto Alegre está de parabéns pela posse que
tivemos, ontem, da nova Mesa Diretora. Primeiro, por exercitar e afirmar o
compromisso democrático da proporcionalidade e do revezamento na condução dos
trabalhos nesta Casa, fato esse que levou, pela primeira vez na história de
Porto Alegre, a 50% dos membros da Mesa Diretora serem mulheres - os
três primeiros cargos na hierarquia da condução da Casa: Verª Maria Celeste,
Verª Maristela Meneghetti e Verª Neuza Canabarro, que aqui estão presenciando
os trabalhos. Ao mesmo tempo, quero registrar aqui, que pela primeira vez
também na história, o Estado do Rio Grande do Sul, Ver. Adeli Sell, o Partido
dos Trabalhadores tem o privilégio de estar na presidência da Assembléia
Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul, meu conterrâneo, o Deputado Fabiano
Pereira, e aqui na Casa com a Verª Maria Celeste. Mas, quero trazer aqui o tema
que teremos a responsabilidade de, neste ano, conduzir aqui na Casa, como
Presidente da Comissão de Direitos Humanos, Defesa do Consumidor, e acesso à
terra.
Enfim, o tema dos direitos humanos apresenta uma
amplitude para que possamos discutir, e certamente nas discussões poderemos
trazer para o foco a Cidade com inclusão, a Cidade com sustentabilidade, a
Cidade com igualdade. E aqui eu quero já trazer alguns temas que entendemos que
são importantes e que são temas que dizem respeito a questões pontuais. E aí eu
já trago aqui, à Mesa Diretora, um dos temas que temos reivindicado, passamos o
ano de 2006 inteiro, reivindicando: que fosse demonstrado, aqui nos arquivos
desta Casa, quais são os repasses do Governo Estadual para a Saúde de Porto
Alegre. Porque os repasses do Governo Federal estão aqui, na folha que temos
recebido diariamente - os repasses do Governo Federal para a Saúde. E recursos
para a Saúde, Verª Maristela Meneghetti, é direitos humanos. Por exemplo:
pagamento de incentivo para a Casa de Apoio HIV/Aids, tem um valor, que são
repasses do Governo Federal. No momento em que não são repassados esses
recursos, Ver. Bernardino, isso é negar à cidadania um direito primordial, que
é o direito à saúde. E, hoje, no Município de Porto Alegre, estão faltando
medicamentos nos postos de saúde, está faltando um conjunto de profissionais,
principalmente médicos. Aliás, Ver. Adeli Sell, eu não sei por que os médicos
não cumprem horário nesta Cidade. Verª Neuza Canabarro, a senhora que coordenou
aqui uma Comissão interna para analisar por que alguns funcionários - talvez se
sintam numa casta de privilegiados - não cumprem as regras estabelecidas.
Outro tema que certamente vamos tratar na
Comissão é o tema da Segurança, o tema da estabilidade social. Tanto a Saúde
quanto a Segurança, Ver. Ervino Besson, não são responsabilidade estrutural
exclusiva do Município, é do Estado. Vereador Carlos Todeschini, o senhor
presidiu a Comissão de Direitos Humanos em 2006, trabalho a que daremos
continuidade, inclusive com temas desenvolvidos pelo senhor e pelos demais
colegas que lá participaram. Nós temos que trabalhar a Segurança Pública na cidade
de Porto Alegre para que ela não tenha a visão simplesmente repressiva, como o
nobre Deputado Bacci está orientando, mas que também seja preventiva. E, para
que seja preventiva, tem que ter estrutura. E hoje a Brigada Militar, em Porto
Alegre, está desestruturada. Eu cito um exemplo aqui da minha comunidade, a
Vila Nova: naquela estrutura que atente ao bairro Glória, que atende a toda a
região da Vila Nova, Campo Novo, Cavalhada, enfim, uma das maiores regiões
territoriais de Porto Alegre, sabem quantos veículos existem hoje lá em
condições de rodar? Um! Um veículo e uma motocicleta. Então, isso é uma
desestruturação, isso é uma realidade: o diagnóstico estrutural da Segurança
Pública em Porto Alegre é um caos. A Governadora que está assumindo, que está recebendo
o Estado, o Governo com essa estrutura, terá que responder à comunidade não só
de Porto Alegre, mas do Estado.
Então, nós, aqui, faremos um debate, como já foi
dito, propositivo, um debate para encontrar soluções, e aí temos os outros
temas, como a questão da criança e do adolescente, do acesso à terra, enfim.
Portanto, concluo dizendo para os ouvintes aqui
presentes, à sociedade, que a nossa Comissão pretende dar continuidade e ser
uma trincheira de diálogo para os conflitos de Porto Alegre relacionados aos
direitos humanos, acesso à terra, segurança, enfim. Assim queremos iniciar o
ano de 2007: parabenizando as nossas colegas que estão à frente do Legislativo
Municipal de Porto Alegre. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): O Ver. Luiz
Braz está com a palavra em Comunicações.
O SR. LUIZ BRAZ: Verª Maristela
Meneghetti, presidindo os trabalhos, quero saudá-la e saudar toda a Mesa
Diretora dos trabalhos que vai presidir esta Câmara durante este ano de 2007,
quero saudar todos os Srs. Vereadores e Sras Vereadoras. Pela
amizade e pela consideração que tenho pela Presidenta da Casa, Ver. João
Antonio Dib, a Verª Maria Celeste, eu quero apenas registrar que não concordo
com uma das afirmações feitas nos jornais, pela Verª Maria Celeste, porque
acredito que ela não seja verdadeira. A Verª Maria Celeste disse nos jornais
que durante a sua gestão vai fazer com que esta Casa não seja uma Casa que
apenas preste homenagens, mas que se dedique a outros temas mais sérios do que
as homenagens, simplesmente. Eu acredito que a Verª Maria Celeste não deve ter
feito uma análise daquilo que está acontecendo nos últimos tempos aqui na nossa
Câmara de Vereadores, porque basta uma simples análise para nós vermos que esse
ano que passou - o ano de 2006 - foi muito rico em votações; e, se mais
votações não aconteceram, muito se deve, quem sabe, até mesmo ao trabalho da
Bancada da Verª Maria Celeste que tentou, de alguma forma, e até
democraticamente, impedir que mais Projetos pudessem ser votados. Agora, todos
nós sabemos que para se votar um Projeto de maior amplitude, um Projeto que vai
alcançar com seus efeitos um conjunto maior da sociedade, Ver. João Dib, nós
levamos mais tempo. Há Projetos que tramitam aqui na Casa durante cinco anos,
às vezes mais - V. Exª deve ter Projetos assim, eu tenho, já tive Projetos
aprovados aqui depois de cinco anos. Então, é claro que um Projeto desse tipo,
Ver. Comassetto, leva mais tempo para nós discutirmos. Um Projeto que apenas
visa homenagear, como é o caso, por exemplo, da aprovação de um Título de
Cidadania ou uma outra homenagem qualquer leva muito menos tempo. Nós votamos
aqui, durante uma Sessão, talvez quatro, cinco Títulos de Cidadania; fazemos
dezenas de homenagens; mas o tempo que isso consome é muito pequeno. Houve,
realmente, uma época em que a Câmara de Vereadores perdia um tempo excessivo
durante as suas Sessões - período de Comunicações, Grande Expediente -, que era
dedicado apenas a fazer homenagens.
Sobre esse ano que passou, presidido pelo Ver.
Dr. Goulart, acredito que é injusto se afirmar que foi um ano em que a Câmara
se prestou a homenagens. A Câmara, talvez, tenha sido a recordista em votação
de Projetos no ano que passou.
O Sr. Carlos Comassetto: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Luiz Braz, creio que nós podemos dar
diversas conotações para uma mesma frase, a uma mesma expressão. E aqui posso
falar em nome da colega Verª Maria Celeste: a sua expressão é no sentido de nós
construirmos, aqui na Casa, outros debates com o grau de importância que a
Cidade merece, sem excluir o trabalho que já foi realizado. Não é uma negação
ao trabalho realizado; pelo contrário, é uma afirmação. Por exemplo: nós temos
a reforma política para fazer. Esse é um tema em que a Casa pode e deve se
envolver fazendo um grande debate. Esse é o sentido da expressão da minha
colega, nossa Presidenta, Verª Maria Celeste. Obrigado.
O SR. LUIZ BRAZ: Claro, Ver.
Comassetto. Inclusive eu fiz questão de registrar o carinho e a admiração que
tenho pela Verª Maria Celeste, e até por isso estranhei essa sua afirmação que
está hoje nos jornais da Cidade. Tenho certeza absoluta de que a Verª Maria
Celeste, a Verª Maristela Meneghetti, a Verª Neuza Canabarro e todos os
Vereadores que compõem a Mesa Diretora vão fazer um excelente trabalho. Mas
tudo isso, Ver. Ervino Besson, não será feito se não englobar o conjunto de
Vereadores. Não é uma coisa que eu faça e o resto vá se submeter, vai apenas me
obedecer. Não! Sempre que nós vivemos anos bons para a Câmara de Vereadores,
foi pelo que o conjunto de Vereadores conseguiu realizar. A Mesa Diretora
conseguiu se integrar aos demais Vereadores e, juntos, todos conseguiram fazer
um bom trabalho. Nós tivemos anos brilhantes na Câmara de Vereadores e outros
não tão brilhantes assim, mas todos nós temos que aprender que somos uma
coletividade, nós representamos o coletivo da Cidade, o total da sociedade e
temos que trabalhar por ela. Os projetos não são aprovados apenas por uma
pessoa. Às vezes eu ouço “É lei do Ver. Fulano de Tal”. Não! É lei da Câmara de
Vereadores, um Vereador não faz lei nenhuma! Eu proponho um projeto de lei; eu
não faço uma lei. Então, quando alguém afirma que uma lei pertence ao Ver.
Fulano de Tal, está absolutamente equivocado; todas as leis que são feitas por
esta Casa - e no ano passado nós trabalhamos com muitos projetos de lei -, com
toda a certeza, são leis da Câmara de Vereadores de Porto Alegre, do conjunto
de Vereadores.
O Ver. João Dib fala que nós não temos que apresentar
projetos tantos como se fossem histórias em quadrinhos; eu acho que nós podemos
apresentar uma série enorme de projetos. Mas acontece que quando o projeto é
importante, com toda a certeza, ele vai levar uma Sessão, duas Sessões, às
vezes até cinco anos sendo discutido aqui na Casa até ser aprovado - é por isso
que eu faço uma crítica sempre que os meios de imprensa atacam essa questão
aqui na Câmara de Vereadores; é por isso que nós temos Projetos importantes
sendo aprovados em menor número do que os títulos de cidadania ou outros
projetos que rapidamente podem ser votados. Nós podemos votar aqui dez projetos
concedendo títulos e não conseguir votar um projeto sobre um assunto muito
importante para a Cidade, pois esse requer maiores cuidados por parte de cada
um dos Vereadores - e isso pode justificar a geração que a Câmara faz de leis,
de resoluções e de outros fatores sobre os quais a Câmara trabalha - para que
possa ser analisado com maior cuidado por parte da imprensa e por parte até de
nós mesmos nas nossas análises individuais.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Obrigada,
Vereador.
O Ver. João Antonio Dib está com a palavra em
Comunicações.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª Presidenta,
Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, saúdo a composição da nova Mesa,
onde três damas despontam, dando qualidade, sem dúvida nenhuma, aos trabalhos
que nós desenvolveremos ao longo de 2007, porque as mulheres sempre têm mais
sensibilidade do que os homens. Como são três damas muito bem organizadas e
muito bem estruturadas, nós vamos ter uma Câmara que só receberá elogios, tenho
certeza.
Mas eu gosto muito do DMAE, e duvido que haja alguém que goste mais do que eu; agora, deve haver muitos que gostam tanto quanto eu. Quando fui Diretor pela primeira vez, eu fiz o convênio Alto Petrópolis, que colocou água na Zona Leste da Cidade e na Zona Norte também. Não havia água lá. Eu fiz o modelo matemático e qualidade das águas do lago Guaíba; coloquei flúor na água do DMAE; ampliei a capacidade de tratamento de todas as estações. Portanto, há muito da minha pessoa lá para que eu aceite tranqüilamente as afirmações do nobre Líder do PT, Ver. Adeli Sell.
Ver. Adeli Sell, eu quero dizer a V. Exª que as obras para distribuição de água não são feitas de uma hora para outra; dois reservatórios estão sendo feitos na Av. Manoel Elias, de 530 metros cúbicos, para que sejam abastecidas as Zonas Norte e Leste, mas também é preciso trocar as redes. Talvez sejam as mesmas colocadas quando eu fui Diretor pela primeira vez, que tinham 300 milímetros, e agora eu ouço que serão redes de 700, 800 e 900 milímetros. Então me parece que não convém fazer acusações assim por faltar água.
Falta água. Realmente, falta, e eu mesmo já
reclamei para o DMAE; eu mesmo já levei ao conhecimento da Direção do DMAE que
precisava acelerar as obras. Agora, por que essas obras não foram feitas antes,
quando havia superávit no DMAE?
(Aparte anti-regimental do Ver. Carlos
Todeschini.)
O SR.
JOÃO ANTONIO DIB: Havia tanto superávit, que emprestavam dinheiro para a
Administração Centralizada. Então, eu acho que se a água não está boa lá na
Lomba do Pinheiro, a Câmara tem a obrigação e o dever, através da Comissão de
Saúde, de buscar solução para isso. A Comissão de Saúde tem que ir lá olhar!
Na Rua Voluntários da Pátria, eu posso dizer a
V. Exª, Ver. Adeli Sell, eu passei de carro na véspera do Natal sem maiores
problemas. Agora, eu não vou deixar de dizer que a grande responsabilidade dos
camelôs distribuídos nas ruas da área central é das Administrações do Partido
dos Trabalhadores; não tinha essa quantidade antes, colocaram gente e mais
gente, e, inclusive, recolheram dinheiro dos comerciantes para liberar a Av.
Otávio Rocha e a Rua Vigário José Inácio, quando, ao contrário, complicaram mais,
construíram a “muralha da China” na frente das lojas na Rua Vigário José
Inácio, mesmo depois de terem recebido dinheiro dos comerciantes da área para
melhorar as condições. A atual Administração tirou a “muralha da China” e
melhorou a Rua Vigário José Inácio. Tenho toda a tranqüilidade de dizer, porque
eu fiz a Quadra 1, da Rua Voluntários da Pátria, e não havia esses camelôs
todos que estão lá agora, incomodando. Eu fui Prefeito e fiz isso aí; então,
muito cuidado.
Agora, quanto à falta de medicamentos, eu não sei se estão faltando e, se estão faltando, tem que providenciar imediatamente, o Prefeito Municipal. Agora, o Dr. Paulo de Argollo Mendes vinha reiteradas vezes na Tribuna Popular, durante a Administração do Partido dos Trabalhadores, dizer que era uma barbaridade faltar remédios baratos, como, por exemplo, os antipsicóticos, os anti-hipertensivos, e a Prefeitura não dava, mas continuava recebendo os mesmos recursos que recebe hoje e não dava atendimento para aquelas pessoas muito necessitadas de remédios de baixo valor. Não estou falando daqueles remédios que são caros como os para controle da hepatite C ou qualquer outra, não; eram remédios baratíssimos, muito fáceis de serem produzidos. E até, reiteradas vezes, na Administração de V. Exas, eu coloquei que se fizesse o laboratório farmacêutico de Porto Alegre, e a Prefeitura tem todas as condições para isso. Não propus ainda na atual Administração, mas prometo que, neste ano, vou propor ao Prefeito, vou fazer um documento dizendo que é importante fazer esse laboratório para que não faltem remédios na Cidade.
Portanto, eu acho que nós começamos bem o ano,
quando o Ver. Adeli Sell disse que nós vamos tratar dos problemas de Porto
Alegre. Nós não vamos falar “mensalão”, de jeito nenhum, nós vamos tratar dos
problemas de Porto Alegre que precisam ser tratados com muito carinho, e todos
nós temos competência para que isso seja feito. Portanto, nós vamos fazer com
que a Cidade fique melhor pelo nosso trabalho.
Eu quero dizer da minha confiança no comando que
esta Casa terá da Verª Maria Celeste, e que na entrevista dada na imprensa, no
dia de hoje, de repente as coisas acontecem muito atabalhoadamente, e as
anotações que se fazem não são as verdadeiras, até porque nós não votamos mais
a denominação de logradouros no Plenário. Foi aprovada uma Emenda à Lei
Orgânica, deste Vereador, para que não se vote mais - e não estão sendo votados
- a denominação de logradouros em Plenário. Portanto, nós vamos fazer uma
Câmara que vai cuidar dos problemas de Porto Alegre. E eu confio na Verª Maria
Celeste, na Verª Maristela Meneghetti, e na minha querida Verª Neuza Canabarro.
Desejo a toda Mesa sucesso absoluto, o sucesso da Mesa é o sucesso da Câmara, o
sucesso da Câmara é o sucesso da Cidade. Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Obrigado, Ver.
João Antonio Dib.
A Verª Neuza Canabarro está com a palavra em
Comunicações.
A SRA. NEUZA CANABARRO: Exma
Srª Presidenta, Verª Maristela Meneghetti, Srs. Vereadores, nós estamos aqui
numa primeira Sessão desta Comissão Representativa, e eu fazendo parte desta
Mesa Diretora não estou aqui com procuração para fazer a defesa da Verª Maria
Celeste, até porque nós ainda não tivemos nenhuma reunião - eu até perguntava à
Maristela; ainda não fui chamada para nos reunirmos com a nossa Presidenta para
saber e até discutir, debater quais serão as prioridades desta Administração,
porque nós não temos uma experiência grande de Legislativo. Mas no terceiro ano
de mandato já não podemos dizer, Ver. João Antonio Dib, que somos novos; não
cabem mais erros, podemos até errar e admitirmos com humildade, mas não cabe
mais dizer que somos novos. Nós já estamos aqui no terceiro ano.
A nossa intenção, creio que de todos, embora
ainda não tenhamos conversado - quero deixar bem claro -, é de ajudar, cada um,
com a parcela de conhecimento que traz, e nós temos aquela experiência dos mais
velhos, do Executivo, outros têm da empresa privada, de outras áreas e é isso
que vai somar. Esperamos que todas nós, mulheres, aqui, tenhamos a humildade
que está faltando, até é de conhecimento e consenso geral da nossa Governadora,
porque há necessidade de se ter humildade.
Para concluir, outra
coisa: não entendo como uma Câmara de Vereadores, que legisla em nível
municipal, tem um Projeto para Líder de Governo, apresentado por esta
Vereadora, desde março de 2005, e aceita ter o Projeto parado, e uma Líder de
fato. Eu acho que, como se passaram dois anos, ou não presta o Projeto, não se
quer Líder, não se tem Líder do Governo, ou nós não aceitamos mais. Eu não
consigo aceitar isso. Por que o Prefeito Fogaça disse: “Não entendo como a
Câmara de Vereadores não têm a figura do Líder de Governo”. Eu imediatamente
corri e fiz o Projeto. Por que está parado? Não querem? Então, não podem tê-lo
de fato. E aí eu quero o apoio desses Vereadores. Muito obrigada. (Palmas.)
(Não revisado pela oradora.)
A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Obrigada Verª
Neuza.
Apregôo Requerimento nos termos do parágrafo
único, do art. 83. Informo que o Ver. Carlos Todeschini assumirá como Titular,
em substituição ao Ver. Aldacir Oliboni, nesta Comissão Representativa, na data
de hoje. Assina o Ver. Adeli Sell, Líder da Bancada do PT.
O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra em
Comunicações.
O SR. CARLOS TODESCHINI: Minha saudação
à Srª Presidenta dos trabalhos, Verª Maristela Meneghetti, em conjunto com a
Verª Maria Celeste, e à Verª Neuza; saúdo os demais membros, desejando sucesso,
desejando um profícuo trabalho nesta Legislatura. Tenho certeza que, com a
qualidade e a dedicação de vocês, nós vamos ter inovações progressistas aqui
nesta Casa. Então, saúde e parabéns, e desejamos um excelente trabalho.
Mas nós não podemos aqui nesta Sessão de hoje
deixar de discutir os acontecimentos envolvendo a última sexta-feira no Estado
do Rio Grande do Sul, na Assembléia Legislativa, quando a atual Governadora
enviou à Assembléia Legislativa um Projeto que visava à elevação da carga
tributária sobre produtos básicos e serviços da nossa sociedade. Fez isso 45
dias depois de ter sido eleita, prometendo que faria o contrário, que teria a
solução para o Rio Grande, que teria a solução para os nossos problemas, que
conhecia a crise gaúcha, e que o único pacote que seria enviado, Ver.
Bernardino, seria um pacote de Natal. E vejam bem que felizmente a sociedade
gaúcha reagiu, reagiu de forma adequada e impingiu uma fragorosa derrota à
Governadora. Foi vexatório, e eu lembro muito bem dos debates de campanha,
porque não só foi arrogante, irônico, eu lembro muito bem o que fizeram com o
Dr. Collares, quando candidato que se apresentava como alguém que discutia de
forma séria. Fui da coordenação do meu candidato, Olívio Dutra, e tínhamos
propostas reais para o desenvolvimento do Rio Grande do Sul, baixando a carga
tributária, fazendo do desenvolvimento econômico o elemento maior para a
arrecadação e para o equilíbrio das contas do Estado.
No entanto, como disse antes, a falta de
propostas e a falsidade do discurso - porque isso não é coisa pouca -, em cima
da falsidade do discurso foi que ela se elegeu, e, depois, tentou passar uma
rasteira no Rio Grande. Felizmente, a Assembléia abortou o Projeto de forma
vexatória para ela. A votação principal foi de 42 votos a 2; a Governadora teve
dois votos. E, quiçá, é isso, Ver. Dib, eu estava lá, a primeira votação foi 28
a 24, mas não era o Projeto principal. O Projeto que visava elevar os tributos
foi de 42 a 2. Portanto, aqueles que sustentaram esse Projeto, terão de
responder por esse mesmo Projeto agora nos próximos 4 anos.
Eu não votei na Governadora. O meu candidato era
outro. E é bom que a gente faça esta discussão, este debate, porque vamos ter
um longo período pela frente para examinar pari
passu aquilo que foi dito e depois aquilo que será feito pela Sra.
Governadora, que está a nos governar.
Quero, também, fazer um debate sobre a questão da água, aqui levantada, e dizer, tranqüilamente, Ver. Dib, que as obras não foram feitas por um simples motivo: porque não eram necessárias. O que temos, agora, e é bom que se diga, e desafio V. Exª a pegar os jornais da época para ver em quantos dias faltou água na Zona Norte - e o Ver. Bernardino é morador de lá - em 2003 e 2004, é que se fizeram os ajustes, as manobras, se fez um sistema de operações que eram eficientes.
Em vez de se gastar cinco milhões de reais, 50
mil resolveram os problemas do Morro Santana, do sistema Manoel Elias, e do
Sarandi. E o dia em que faltou água, foi porque rompeu aquela adutora,
executada no seu tempo, e V. Exª sabe que material era aquele, que nunca,
aliás, deveria ter sido adotado, e que para se fazer a emenda se demorou, na
Páscoa, ou nas proximidades da Páscoa de 2004, um final de semana, porque não
se conseguia fazer aquela conexão. Felizmente, aquele material já está nos
últimos trechos. Mas, veja, procure nos jornais para ver em quantos dias houve
de falta d’água em toda a Cidade, não só na Zona Norte.
Agora, digo com clareza, o problema que está
colocado, hoje, é problema de operação, das escolhas que foram feitas, de quem
são os chefes, de quem manda. Porque aquilo que foi dito, que iam ser
valorizados os funcionários, a gente sabe que não foi isso que aconteceu. Pelo
contrário.
Vamos nos reportar agora à questão da captação
de água da Tristeza. Foi feito um Projeto, que nós inclusive deixamos pronto,
no qual o ponto de captação é um ponto indicado pela Divisão de Pesquisa do
DMAE, depois de longos estudos, simulações, modelos matemáticos, etc. Aí, foi
lá o sábio diretor da Divisão de Tratamento e disse: “Não, a minha sapiência é
maior do que toda a inteligência de vocês, do que todo o conhecimento que vocês
têm. Então, a captação não vai ser aqui, vai ser ali”. Interceptaram,
atravessaram o canal de navegação, Dr. João Dib, com a nova adutora de captação
de água bruta do canal da Tristeza. Sabem o que aconteceu? Um navio passou por
lá e a arrancou, porque fizeram a obra no canal de navegação, na rota de
passagem dos barcos. Um barco bateu e a arrancou. Uma obra terminada em agosto,
Ver. Adeli Sell, já está detonada. Quem é o responsável? São os sábios que
mandam no DMAE. Como no caso da falta de água, também são os sábios. Todos são
do quadro, do meu tempo, do seu tempo, Ver. João Dib, e do tempo atual. Só que
alguns que estavam em posições, não de chefia, assumiram. E agora deu para ver
o resultado.
Felizmente, falta menos de dois anos para a
Cidade fazer o julgamento adequado, o julgamento pertinente. Isso não vai ser
esquecido, porque nós vamos comparar todas as matérias de jornais e todas as
notícias. No meu tempo, Ver. João Dib, não faltava água, a não ser muito
casualmente, por motivos muito bem justificados.
Na sexta-feira, às 15h30min, tivemos uma
audiência com o Prefeito e um dos assuntos de que tratamos foi a retomada das
obras da Avenida Baltazar. Realizamos uma audiência pública, pela CEDECONDH, no
dia 5 de dezembro, se não me falha a memória, em que foi encaminhado que o
Prefeito lideraria uma reunião com a Governadora eleita, com o Secretário de
Obras do Estado e mais o Secretário da Fazenda, o que teve a pronta aceitação e
foi corroborado pelo Prefeito, inclusive agradecendo, porque ele disse que
está-se sentindo impotente ante o caos que está implantado na Baltazar. E pediu
a ajuda desta Casa, sim, para que façamos uma grande mobilização, porque senão
vamos prejudicar, e muito, o comércio, a segurança, as pessoas que estão sob o
impacto daquela obra, que não tem nenhuma perspectiva de continuar se não
houver uma grande mobilização, inclusive desta Câmara, na direção de resolver o
problema deixado de forma irresponsável pelo Governo. Obrigado pela atenção,
senhoras e senhores.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): O Ver. Luiz
Braz está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. LUIZ BRAZ: Verª Maristela
Meneghetti, na presidência dos trabalhos, Sras Vereadoras e Srs.
Vereadores, foi afirmado aqui pelo Ver. Carlos Todeschini, do PT, que a atual
Governadora deste Estado, Yeda Crusius, propôs um aumento de tributos sobre
produtos básicos para a nossa economia.
Eu sempre disse, Verª Neuza Canabarro, que os
produtos básicos para a nossa economia são: feijão, arroz, trigo, carne. Para o
Ver. Todeschini, quais são os produtos básicos? A cerveja, o refrigerante, as
armas, as munições; estes são os produtos básicos para o Ver. Todeschini.
Quer dizer, é um problema de conceito - e eu não
vou discutir com o Ver. Todeschini, porque no conceito dele produtos básicos
são estes: não pode faltar cerveja para a população, não pode faltar
refrigerante para a população, armamento, e munição também não; então, para o
Ver. Todeschini esse é o conceito de sociedade.
O conceito que eu tenho de sociedade é que
devemos baixar os impostos daqueles produtos que realmente são básicos para a
nossa população: sobre o feijão, sobre o arroz, sobre a carne, sobre tudo
aquilo que vai realmente fazer com que a nossa população possa se alimentar e
se manter sadia.
Agora, para esses outros produtos, é claro, a
Governadora teve que propor um aumento de tributos, porque essas Administrações
todas que vieram até aqui não foram capazes de resolver os problemas que foram
criados dentro da sociedade, problemas estes que se vão avolumando e que estão
sem solução.
Então, para que o funcionalismo não ficasse sem
receber já a partir do mês de janeiro, para que o Estado pudesse honrar seus
compromissos, a Governadora quis fazer - meu querido Newton Braga, o senhor que
é também um especialista nessa área - com que a carga tributária pudesse ser
aumentada para alguns produtos que não eram produtos essenciais e básicos para
a nossa sociedade, como é o caso da cerveja, do refrigerante e das armas, que,
para o Ver. Todeschini, são os produtos essenciais para a nossa população. O
mesmo Ver. Todeschini que vem aqui, Ver. João Dib, e afirma que antes não
faltava água. Eu moro no bairro Glória, na Av. Aparício Borges, há 18 anos. Nós
ficamos uma vez - houve outras vezes - quatro dias sem água. Quatro dias sem água!
E o Ver. Ervino Besson, que mora naquela região, sabe disso: quatro dias sem
água na gestão do Partido do Ver. Todeschini!
E quando se fala que o político tem que manter
as suas promessas de campanha, por que o Ver. Todeschini e os Vereadores do seu
Partido não cobram, por exemplo, do Presidente Lula que prorrogou a CPMF, que
era para ser provisória e que se transformou em permanente? Ou a taxa de
renovação de frota de ônibus? Eu lembro que foi criada para ser provisória e
que, através de um Projeto oferecido a esta Casa, que foi aprovado, se
transformou em permanente.
As
promessas que são feitas durante o período de campanha devem ser honradas,
precisam ser honradas. Mas acontece que os vários Líderes dos diversos Partidos
têm que começar a ver os erros que praticaram com as promessas que fizeram e
que não cumpriram.
A nossa Governadora, a Governadora atual Yeda
Crusius, ela fez uma campanha absolutamente limpa; ela fez uma campanha dizendo
aquilo que era preciso fazer para salvar o Rio Grande do Sul. E ela propôs um
Projeto que nada mais era do que aquilo que era essencial para que o Rio Grande
do Sul pudesse funcionar durante os próximos anos; para que pudesse resgatar as
suas dívidas e para que a nossa sociedade pudesse viver de uma maneira melhor.
É por isso, Ver. Todeschini, que a nossa Governadora propôs aumentos de
tributos, sim, mas só nesse itens que, de acordo com a minha opinião, pelo
menos, não são produtos essenciais para a nossa sociedade. Eu tenho certeza,
Ver. Todeschini, de que V. Exª também não acha que a cerveja é um produto
essencial para a nossa sociedade, ou que o guaraná, o refrigerante, seja um
produto essencial para a nossa sociedade, ou que a munição seja um produto
essencial para a nossa sociedade. Eu sei que V. Exª não pensa assim! Quando V.
Exª fala em gasolina, esses produtos já vinham tributados. A única coisa que a
Governadora fez foi propor uma prorrogação para isso que já vinha, na verdade,
sendo tributado.
Eu falo a V. Exª que se essa era a fórmula para
salvar o Rio Grande do Sul, para poder fazer com que o Rio Grande do Sul
pudesse se transformar num Estado melhor, eu acho que todos nós deveríamos dar
apoio para a Governadora Yeda Crusius. E eu tenho certeza absoluta de que ela
vai encontrar outros caminhos, porque é uma mulher muito inteligente. Ela vai
encontrar outros caminhos para fazer com que a nossa sociedade possa realmente
se transformar numa sociedade melhor do que a sociedade do presente. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): O Ver. Newton
Braga Rosa está com a palavra em Comunicações.
O SR. NEWTON BRAGA ROSA: Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, bom-dia, eu gostaria de iniciar, agradecendo as
manifestações de carinho que eu tive de todos vocês no dia de ontem, quando eu
assumi como titular aqui nesta Casa. Embora vocês já saibam, eu acho que é
oportuno relembrar que eu sou Professor da Universidade Federal há mais de 35
anos, Consultor do Sebrae, Consultor da ONU, já fiz algumas missões no Exterior
e trabalho com tecnologia há mais de 30 anos.
Eu entrei tarde na política e sou um novato no
meio de vocês. Fiz uma campanha cujo slogan era “A tecnologia a serviço
das pessoas”. Fui muito criticado por isso, porque diziam que a comunidade
tecnológica é muito pequena e que dificilmente a população iria entender de que
maneira mais tecnologia poderia auxiliar na vida de todos.
Eu acredito - alguns países confirmam o que eu
vou dizer agora - que a tecnologia, talvez, seja o mais importante fator de
crescimento sustentável e de inclusão econômica dos dias de hoje. Nós vivemos
num mundo global. Quando falamos em qualidade da Educação numa escola da
Restinga, não podemos esquecer que esse garoto que está estudando lá, ele vai
competir - Verª Neuza Canabarro, que é
da área - com o estudante da Coréia, porque, quando os dois chegarem ao mercado
de trabalho, o processo de globalização vai estar muito mais intenso. Hoje o
mundo é instantâneo, se conversa a custo zero com pessoas em qualquer lugar do
mundo.
E aí os senhores podem perguntar: de que maneira a tecnologia pode, efetivamente, ajudar a nossa sociedade? Eu me arrisco a trazer alguns exemplos.
Primeiro, a tecnologia como geradora de emprego
e renda diferenciada; e vocês não precisam acreditar em mim, basta lembrar do
exemplo. Nós temos, entre a Av. Ipiranga e a Av. Bento Gonçalves - que todos
conhecemos - o Tecnopuc, que é um parque tecnológico, que é algo que já existe
há muito tempo em outros lugares. Agora, se eu estivesse falando aqui há três
anos, dizendo que nós teríamos 2.500 empregos gerados em três anos - o Tecnopuc
completou três anos, agora, no mês de julho -, vocês teriam toda a razão de
duvidar desta afirmativa. Isso hoje é uma realidade e a maioria de vocês já
conhece o Tecnopuc, já tive oportunidade de levar alguns Vereadores lá. A Verª
Clênia Maranhão é freqüentadora assídua do Tecnopuc.
O Sr.
Carlos Comassetto: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.)
Vereador, Prof. Newton Braga, quero cumprimentá-lo e dizer que, quanto a essa
sua afirmação, quero trazer aqui o contraditório. Nós não só acreditávamos
nisso, pelo programa assumido pela nossa gestão anterior, na Prefeitura de
Porto Alegre, como pelo Governo do Estado, que orientamos para que o Cientec
viesse para Porto Alegre. E esta realidade é uma conquista de Porto Alegre,
graças a uma visão política que desenvolvemos. Obviamente, com muitos
aliados, entre eles Vossa Excelência. Obrigado.
O SR. NEWTON BRAGA ROSA: Ótimo, muito obrigado.
E aqui, na Câmara de Vereadores, foi aprovada uma redução substancial e corajosa de 60% no Imposto Sobre Serviços da área tecnológica.
O Ver. Adeli Sell era da SMIC, e lá tínhamos uma
Secretaria ou um sub-setor chamado Cedetec, que cuidava de área tecnológica.
Era tudo o que havia no Município. O resultado que nós vimos no ano passado: o
imposto caiu 60%, e a atividade em Porto Alegre triplicou. E os dados são da
Secretaria da Fazenda. Nós solicitamos uma PI, e os dados comprovaram uma tese,
que é a Curva de Lafer: quando os impostos estão muito altos, uma significativa
redução resulta num significativo aumento da atividade. Além do impacto da
tecnologia na matriz tributária e na matriz do desenvolvimento da sociedade...
Ontem, eu ouvi o Prefeito, numa reunião -
reunião essa que já foi mencionada pelos Vereadores da situação -, falando em
Porto Alegre/Cidade Empreendedora, ou seja, a tecnologia tem condições de gerar
muito mais empregos em Porto Alegre. Só para a informação dos senhores, o Parque
Tecnológico da UFRGS, recém está saindo do papel, ele pode reproduzir com
sucesso o mesmo que já foi feito no Tecnopuc.
Porto Alegre é uma cidade privilegiada, e às
vezes, nós esquecemos disso. Talvez seja uma das Capitais do Brasil que possui
maior concentração de Universidades, sendo que, algumas delas, com tecnologia
de expressão internacional.
A responsabilidade desta Casa é muito grande, e
eu explico por quê. Ontem, houve a posse dos novos Secretários do Governo
Estadual. Temos lá a Secretaria de Ciências e Tecnologia, ocupada agora por um
Médico, Dr. Pedro Westphalen, que tem um hospital numa cidade do Interior, com
contas equilibradas, o que parece, realmente, ser uma façanha. E ficou bem
claro para todos que Porto Alegre é a locomotiva tecnológica do Estado. Se
Porto Alegre não conseguir cumprir o dever de casa, nós estaremos impondo um
retardo não na Cidade, mas no Estado inteiro, porque é daqui que saem os
professores que hoje - foram meus alunos - dão aulas nessas novas Universidades
que existem no Estado afora.
Não podemos esquecer do segundo eixo
estruturante: o primeiro, é a tecnologia gerando renda e emprego; e o segundo,
é a tecnologia como meio.
A SRA.
PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Para concluir, Vereador.
O SR. NEWTON
BRAGA ROSA: Puxa
vida! Desculpe, Presidenta. Eu tenho mais um minuto?
A SRA.
PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Pois não.
O SR. NEWTON
BRAGA ROSA: Ou
seja, a tecnologia, como meio, permite maior transparência, vide licitações,
através de pregão eletrônico, vide informações colocadas na Internet. Hoje você
acessa pela Internet as contas de um Deputado Estadual, não sei se de um
Vereador, porque não tenho essa informação, mas a tecnologia, como meio,
permite mais transparência e permite fazer mais por menos. Não adianta só
cortar despesas, nós temos que ter uma máquina mais eficaz. E a informação que
um dia eu gostaria de ver confirmada ou contestada é que a cidade de Porto
Alegre realiza um milhão de consultas clínicas por ano nos seus 87 postos de
saúde. Me disseram que 30% dos exames clínicos - o sujeito que colhe sangue -
jamais são buscados nos laboratórios, porque o trabalhador precisaria pedir
mais um dia de folga, ou mais um turno de folga, e gastar vale-transporte para
buscar o papelzinho com o resultado do exame, e depois ir para uma reconsulta
no posto de saúde. Esse sujeito não se cura e, obviamente, faz uma nova
consulta ou mente que já fez o exame clínico e, mais uma vez, o material é
colhido, e 30% jamais são buscados. Por favor, eu não sei dessa informação;
precisaria de confirmação, estou vendo a Verª Clênia me olhar por cima dos
óculos, talvez ela tenha uma bela contestação, com dados que possam esclarecer
isso. Mas, independente da precisão do dado, Vereadora, eu gostaria de deixar
claro que a tecnologia é capaz de permitir que o Governo faça mais por menos.
Concluindo, como eu entrei na política com uma
missão bem clara, expressa através deste meu discurso, que já ultrapassa os
seis minutos, eu gostaria de contar com a confiança de todos os Vereadores desta
Casa, e assim, humildemente, colocar a minha vida inteira profissional à
disposição, para que o assunto tecnologia faça parte dos discursos desta
tribuna, ou por mim, ou por todos vocês. Muito obrigado, pela atenção e
agradeço, mais uma vez, o carinho que vocês me dispensaram na acolhida de
ontem. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): A Verª Clênia
Maranhão está com a palavra em Comunicações.
A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sra.
Presidenta, Verª Maristela Meneghetti; Sras Vereadoras, Srs.
Vereadores, estamos dando continuidade aos trabalhos do nosso Parlamento, na
Comissão Representativa, nestes primeiros dias de janeiro, com quórum, com
presença de pessoas que nos acompanham. Esta é a Câmara Municipal de Porto
Alegre; é o Parlamento que, no ano de 2006, inspirou muitos outros Parlamentos,
através da construção de legislações pioneiras, legislações de extremo
significado para a cidade de Porto Alegre. O Executivo Municipal, a Prefeitura
Municipal de Porto Alegre, enviou dezenas e dezenas de Projetos a esta Casa, na
busca da construção de uma Porto Alegre melhor para todos, para as mulheres e
os homens do nosso Município. As Vereadoras e Vereadores da nossa Cidade
apresentaram inúmeros Projetos de origem deste Legislativo, o que promoveu um
debate extremamente rico, e nós, na discussão dos Projetos de nossas Vereadoras
e de nossos Vereadores ou na discussão dos Projetos do Executivo, imprimimos um
processo democrático de contraditório, que gerou o aprimoramento e que gerou a
solução de inúmeras questões para a nossa Cidade.
Eu fiquei muito feliz, lendo hoje pela manhã as
entrevistas da nossa atual Presidenta, Verª Maria Celeste, em que ela já
explicitava à sociedade porto-alegrense três eixos estruturantes da sua gestão.
Eu pensava o quanto é rica, profícua e, evidentemente, difícil a democracia.
Ela é rica, porque cada Presidente ou cada Presidenta, me permitam o erro de
Português, eles e elas incorporam ao processo de gestão novos elementos. Eu
queria destacar que no ano de 2006, sob a presidência do Ver. Dr. Goulart, nós
instituímos, considerando a inúmera quantidade de Projetos que precisavam ser
votados em 2006, um eficaz sistema, que só funcionou graças ao conjunto das
Bancadas, que, através das suas assessorias, fazia uma avaliação prévia do
interesse de cada Vereador e apresentava como sugestão, para que nós pudéssemos
construir um “esqueleto”, um eixo central de debates no Plenário. Eu acredito
também que os procedimentos exaustivos de negociações, inclusive em relação às
Emendas dos Vereadores, permitiram que dezenas de Projetos fossem aprovados por
esta Casa, muitos dos quais, inclusive, ocuparam a página central ou a capa dos
principais jornais da nossa Cidade.
Eu queria, como Líder do Governo, recolocar aqui
um dado que nos orgulha e que eu acho que não é um mérito meu, ou da Verª
Mônica, ou do Ver. Mario, que foram os Vice-Líderes do nosso Governo, quero
também neste momento ressaltar a abnegação deles na construção dos Projetos de
interesse de Porto Alegre. Nós aprovamos 77 Projetos, e não foram quaisquer
Projetos. Só na área de habitação popular, nós desencravamos questões muito
antigas - a Vila das Bananeiras, a questão do Cristal, a questão do Túnel Verde
-, perfazendo 20 Projetos de Lei aprovados em benefício das populações de baixa
renda da nossa Cidade. É verdade que esses Projetos vieram do Executivo, não
poderia ser diferente, porque é prerrogativa do Executivo essa decisão; mas é
verdade também que a maturidade política desta Casa, o espírito republicano que
regia nossos mandatos, que rege nossos mandatos, a preocupação na defesa
intransigente dos interesses de Porto Alegre fizeram com que travássemos
fortíssimos debates. Quero dizer que muitas vezes eu, a Verª Sofia, a Verª
Maristela Maffei, a Verª Manuela tivemos discussões muito grandes, mas nós
sempre nos pautamos por dois preceitos: o respeito individual e o respeito
político à posição de cada uma e de cada um dos Vereadores.
Eu também quero registrar neste momento a enorme
capacidade de articulação dos Vereadores, das Vereadoras e dos Líderes das
Bancadas dos oito Partidos que compõem a base do Governo nesta Casa, Partidos
com histórias políticas distintas, com culturas políticas distintas, Vereadores
que tiveram na sua trajetória a ocupação de espaços relevantes de
empoderamento, como é o caso da Verª Neuza Canabarro, que foi Secretária
Estadual, primeira-dama do Estado; a experiência do Ver. Paulo Odone, que foi
Presidente da Assembléia Legislativa, Deputado Estadual, meu Presidente
partidário, Presidente do meu time; o Ver. Ibsen Pinheiro, que foi Presidente
da República, um dos grandes expoentes da política brasileira, cito apenas
esses três, porque foram pessoas que trouxeram a esta Casa uma trajetória
política de um espaço diferente do que aqui nós vivenciávamos. Desculpem-me se
esqueci de alguém, sempre que a gente cita corre o risco de esquecer alguém,
mas eu falo desses, porque estavam no mandato atual, há o Ver. João Antonio
Dib, que já era nosso colega há muitos anos, de muitos mandatos anteriores.
Acho que nós, os Vereadores que apenas temos a trajetória de Vereador, somos
capazes de absorver essas experiências e somos capazes de permanecer com as
nossas divergências, discutirmos a cada momento essas divergências e
concluirmos, a partir daí, legislações que hoje eu acho que fazem de Porto
Alegre uma Cidade com melhores perspectivas de futuro.
Queria citar a questão do parcelamento - vejo a
história do Bernardino, que é sempre um guardião dessa questão -, a questão da
OSPA, a questão da aprovação do Projeto de Lei da Transversalidade e
Transparência, segundo moldes recomendados pela ONU, e o Orçamento, a questão
do Procon, do que eu, particularmente, o Ver. Adeli Sell, o Ver. Ervino e
outros, somos velhos batalhadores dessa causa.
E, por último, Srª Presidenta, para concluir,
quero dizer ao nosso colega Ver. Professor Newton Braga Rosa que esta Casa
cresce com a sua presença. Ontem, o Prefeito dizia que a Câmara Municipal de
Porto Alegre, o Parlamento, é a representação plural, a expressão de todos os
pensamentos. Eu acho que faltava, apesar dos nossos esforços - meus e de outros
Vereadores -, um especialista na área da Ciência e Tecnologia para ampliar os
espectros de debate político desta Casa. Seja muito bem-vindo.
(Não revisado pela oradora.)
A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): O Ver. Adeli
Sell está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. ADELI SELL: Presidenta,
Verª Maristela Meneghetti; colegas Vereadores e Vereadoras; de fato,
Verª Clênia Maranhão, hoje o Ver. João Antonio Dib tirou o seu lugar de Líder e
fez um conjunto de defesas que me impressionou. Então vou me dirigir
inicialmente, com a licença de V. Exª, ao Ver. João Dib.
Ver. João Dib, o senhor deve ter recebido hoje
esse documento da Diretoria Legislativa, e eu queria salientar que o Governo
Federal colocou, só numa tacada, 10 milhões, 129 mil reais nos cofres da
Prefeitura de Porto Alegre; algumas verbas que eu gostaria de salientar, como o
ProJovem, seis milhões e 300 reais. Isso tem que ser analisado.
Ver. João Dib, já que o senhor assumiu a
Liderança da base do Governo, queria lhe perguntar o seguinte: o que o senhor
tem a nos dizer sobre o corte de horas extras dos servidores municipais? O
senhor, que já foi Prefeito, não acredita que com isso a Guarda Municipal, que
já está estrangulada nas suas atividades, terá grandes dificuldades para cuidar
dos próprios municipais? Hoje, por exemplo, não conseguem colocar dois guardas
no Viaduto Otávio Rocha, e mais uma vez tudo está destruído. E aquele é um
patrimônio histórico da nossa Cidade! V. Exª deve ter circulado pela Cidade -
porque foi o único que conseguiu passar, na véspera do Natal, pela Rua
Voluntários da Pátria -, deve ter circulado por algumas praças, e o senhor sabe
que as praças estão sujas, com inúmeros problemas. Inclusive, ao lado da AMRIGS
- eu gostaria de lhe sugerir passar ali -, a praça está sendo utilizada para
fazer a reciclagem do lixo. Com a diminuição das horas extras dos
guarda-parques, como ficará essa situação? O senhor não precisa nem ir até lá;
se o senhor for aqui ao lado do Cine Capitólio, o senhor vai ver a situação da
Praça Daltro Filho. Ou, quem sabe, o senhor vai tomar um cafezinho, amanhã de
manhã, na minha casa? O senhor vai ver a situação da Praça da Matriz, mesmo com
a vinda da nova Governadora, verifique como está a situação da Praça da Matriz.
Como ficará o serviço público na ponta, já atualmente muito precarizado, com a
diminuição das horas extras para os fiscais da SMAM, que já não conseguem
fiscalizar devidamente a zoeira da nossa Cidade? E os fiscais da SMIC? Como
fica a situação do corte das horas extras dos servidores municipais? Eu,
sistematicamente, tenho levantado aqui a questão das horas extras para CCs, que
eu acho um equívoco - eu gostaria de ter uma explicação do Governo. Quando eu
disse, ontem, ao Sr. Prefeito - e o disse com toda a sinceridade - que nós
vamos colocar essas questões aqui, porque aqui é o palco dos debates e das
cobranças, não é para fustigar o Governo. Apesar de que, eu acho, pela sua
reação, talvez com um pouquinho de fustigação, para V. Exª, se poderia talvez
ter mais retorno - é o que eu estou tentando fazer. Então, eu estou levantando
aqui um conjunto de questões que gostaria de ver respondidas pela base do
Governo, pelo Governo Municipal.
Eu não poderia deixar, Ver. Todeschini, Ver.
Comassetto, meus companheiros de Bancada aqui presentes, de mencionar a fala do
Ver. Newton Braga Rosa, que nos instiga para dois temas extremamente
importantes. Um é a tecnologia. Porto Alegre pode ser a capital da tecnologia
do extremo sul do Continente, porque nós temos capacidade na área das
universidades. E eu acredito que nós podemos fazer mais, e mais, e mais,
seguindo o exemplo como do Tecnopuc, e o Governo dando uma atenção especial. Eu
acho que a SMIC deveria reestruturar a supervisão da Cientec, a supervisão de
Ciência e Tecnologia. Houve lacunas, que eu já reconheci para o meu
Secretário Cecchim. Sei dos limites que havia, na minha época, nessa
supervisão; sei perfeitamente. V. Exª sabe que nós temos limitações, nós temos
que pedir os funcionários cedidos do Estado, nós podemos fazer muito mais, e
nós estamos prontos aqui para cerrar fileiras com V. Exª nesse tema.
Sobre a tributação, no momento em que a nova Governadora é derrotada na Assembléia Legislativa, temos que tirar ensinamentos com a nossa vitória aqui e diminuir tributos. Não foi apenas a questão da Ciência e Tecnologia, da tecnologia da informação, mas na área de serviços. Nós diminuímos o ISS de vigilância, asseio e conservação, que empregam muitas e muitas pessoas, e isso foi significativo para Porto Alegre. Nós vamos continuar defendendo aquilo que o Governador Olívio Dutra defendeu na sua campanha, no 2º turno, deixando muito claro que em algumas áreas devemos diminuir os tributos e isso abre uma profunda possibilidade de concorrência leal para que a gente possa, dessa maneira, combater a sonegação.
Finalmente, quero dizer ao Ver. Todeschini que,
de fato, nós temos de cobrar da Secretaria de Fazenda do Estado, Verª Clênia, o
problema da Av. Baltazar. Caso contrário, nós vamos bater na Metroplan, bater
na EPTC, bater na SMOV, que têm o seu papel, sem dúvida, mas o problema é que a
Secretaria da Fazenda não cumpriu o seu calendário. Portanto nós temos que
bater, agora, na porta do novo Secretário Aod Cunha e dizer a ele que ele tem
que cumprir, porque a parte do Estado ele está nos devendo. Caso contrário, nós
faremos também injustiças, e eu gosto de cobrar de quem é responsável.
Ver. João Antonio Dib, foi um prazer debater com
Vossa Excelência.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Obrigada,
Vereador.
O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª
Presidenta, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, meus senhores e minhas
senhoras, eu vou reafirmar, em primeiro lugar, a minha confiança na Presidenta
desta Casa, Verª Maria Celeste, porque ela foi 1ª Secretária num momento em que
eu presidia esta Casa, e eu vi a sua competência, seriedade, serenidade e
responsabilidade. Quero dizer da minha confiança na Verª Maristela Meneghetti,
que neste momento preside a Sessão, porque ela é minha companheira na Comissão
de Finanças, e, no ano passado, presidiu, com muita competência, a Comissão de
Finanças.
E a Verª Neuza Canabarro, 2ª Vice-Presidente,
que, junto comigo, fez a Comissão de Inquérito, que chegou a bom termo pela
competência da Relatora que foi a Verª Neuza Canabarro.
Mas agora eu quero expressar também a minha decepção com o Ver. Carlos Atílio Todeschini, e por quê? Eu tenho em mãos um livro que tem o título: “Um Plano de Urbanização”, feito pelo maior Prefeito que esta Cidade teve, José Loureiro da Silva. Lá em 1938, há quase 70 anos, o grande Prefeito dizia que tinha que mudar a captação de água da Estação de Tratamento Moinhos de Vento, porque ela captava na margem do lago, que era bastante poluída, e continua lá ainda; ninguém mudou isso - nem eu, quando fui Diretor do DMAE, quando fui Prefeito, não tinha o dinheiro que o DMAE teve para mudar as captações. Eu não o fiz. Mas depois da Administração do Prefeito Loureiro da Silva, outras hidráulicas foram feitas na Cidade, e agora eu fico triste de ter feito elogio à Administração que fazia com que a Estação de Belém Novo fosse captar água a 1.800 metros dentro do lago, e eu elogiei isso, porque essa era uma medida absolutamente correta. Até não sei se isso foi feito, mas eu acredito que tenha sido feito.
Mas o DMAE tem que ter previsão! Não é porque de
repente pode-se precisar de dois reservatórios de 530.000 litros cada um! É que
isso vinha há mais tempo sendo observada pelos técnicos. E o Departamento têm o
melhor corpo técnico, sem dúvida nenhuma, em matéria de água e saneamento.
Já disseram que não faltava água. Faltava água,
sim, e um arrozeiro disse para o Diretor do DMAE: “Ora, quando se planta arroz,
e a captação não ficou mais alta do que o nível de água, rebaixa a captação”...
Quer dizer, então essa história aí não é...
Agora, também devo dizer ao Ver. Todeschini,
que, como eu, reclama contra a obra da Av. Baltazar de Oliveira Garcia, que ela
é feita da mesma maneira que a BR - 101! Um engenheiro manda fazer um trecho,
apronta aquele trecho e começa outro! Mas não, abriram toda a Av. Baltazar de
Oliveira Garcia, e não foi a Prefeitura, não foi a SMOV. Agora, na Av. Assis
Brasil, aí sim, foi a Prefeitura e foi a SMOV, e parecia obra da Santa
Engrácia, prejudicou esta Cidade de tal sorte que os comerciantes da Avenida
Assis Brasil ainda não conseguiram se recuperar!
Agora, a SMIC, do meu querido Ver. Adeli Sell,
teve um bom Secretário, o Secretário Adeli Sell, mas também não conseguiu tirar
os camelôs das ruas, e com ele também aumentaram os camelôs. Mas houve
Secretários também, como aquele que nós combatemos, Ver. Adeli Sell, Ver. Luiz
Braz - estes estão presentes, mas haveria ainda o Ver. Sebenelo, o Ver. Záchia
e o Ver. Pujol -, porque o mercado ia mal, não conseguia pagar os aluguéis, e
ele teve uma brilhante proposição: se eles não podem pagar os aluguéis, então
vamos aumentar em 88%. Ele só não aumentou porque os seis Vereadores não
deixaram, mas, quando o indivíduo não estava conseguindo pagar aquele aluguel,
ele queria mais 88%. Por isso a SMIC foi muito maldirigida por todo o tempo!
Isso aconteceu na Cidade. Depois que assumiram, nos 16 anos, infernizaram a
vida da Cidade na área Central. Eu caminhava na área Central, depois, na
Administração, eu tive que trocar de dentista, porque eu não conseguia chegar
lá! Eles colocavam em toda a Rua da Praia... O que eu ia fazer? Troquei de
dentista.
Agora, horas extras, Ver. Adeli Sell, é
responsabilidade da Administração, e eu já vi no Tribunal de Contas reclamarem
as horas extras que as Administrações de V. Exª faziam. E também vi as
Administrações de V. Exª diminuírem as horas extras, e não houve nenhum problema
maior. A Administração tem responsabilidade pela execução orçamentária, não
pode colocar o dinheiro fora sem necessidade; se há necessidade de hora extra,
pode ter certeza de que o Prefeito Fogaça vai determinar que ela seja
realizada.
Agora, querido Ver. Adeli Sell, toda vez que V.
Exª me convidar para um cafezinho, pode ter certeza de que eu comparecerei,
porque é muito importante trocar idéias, principalmente quando as idéias
trocadas são realizadas em benefício da coletividade porto-alegrense, sobre a
qual nós temos absoluta responsabilidade. A Câmara tem de cuidar dos problemas
de Porto Alegre, e eu sei que nós vamos continuar cuidando-os, agora um pouco
melhor, sem dúvida nenhuma. Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Obrigada,
Vereador.
O Ver. Ervino Besson está com a palavra em
Comunicações.
Foi criticado o lixo
aqui na Avenida Vicente Monteggia. Eu moro na Vicente Monteggia; agora, isso
também é uma questão de educação do povo. Eu, na véspera deste Natal, fui a
Pato Branco - meu sogro infelizmente faleceu na véspera de Natal; que Deus o
tenha lá no céu -, dei uma caminhada pela cidade e encontrei, durante aquele
período - num longo trecho, pois eu fui a várias ruas, em Pato Branco - um só
local em que existia um pouco de lixo na frente de uma residência, e fiquei
sabendo, minha cara Presidenta, que alguém da Prefeitura passou lá e tomou nota
do endereço em que estava aquele lixo. Um local só! E aqui em Porto Alegre este
povo tem que ser educado. Na véspera de Natal, o pessoal fez uma limpeza na
minha região, lá no meu Bairro e ficou “um brinco”; as ruas todas limpas,
cortaram a grama, ficou uma limpeza total, mas dois dias depois era lixo por
tudo que era canto; era lixo na calçada, lixo na rua. Isso é falta de educação
do povo! Nós temos de educar este povo, nem que o DMLU coloque o Exército nas
ruas! Se não educarmos o povo, não conseguiremos conter o lixo que as pessoas
colocam nas ruas. Então, haja dinheiro para isso! Nós temos de educar o povo!
Desde as escolas, nós temos que dar educação ao povo! O lixo que nós produzimos
todos os dias... O DMLU vai ter recursos para recolher o lixo que diariamente
as pessoas - além de o caminhão passar e recolher - colocam nas ruas, gente?!
Então, quanto a essas críticas aí, nós temos de cuidar um pouco. E a prova é
que o riacho Ipiranga, a cada chuva de maior intensidade, fica uma verdadeira
lata de lixo!
O pessoal coloca lixo em tudo que é canto! Em tudo que é canto! Então, eu
trago, aqui, este exemplo de Pato Branco, pois quem viaja para outras cidades
olha como é que é o problema do lixo. Povo educado não coloca lixo na rua,
porque alguém vai ter que recolher aquele lixo! À noite, não sei como é que o
pessoal coloca tanto lixo na rua! À noite! Fico indignado! Fico muito triste!
Com relação à limpeza que o pessoal do DMLU fez, com todo o esforço naquela
região, no outro dia era lixo por todo o canto. Ver. Adeli Sell! V. Exª, meu
querido Ver. Adeli Sell, foi Secretário de uma Secretária com muitos problemas.
Eu tenho dados, Ver. Adeli Sell, de que na sua Administração, V. Exª distribuiu
mais de 500 carteirinhas, são dados que eu tenho; e V. Exª criou uma feira de
alimentação na Rua Borges de Medeiros. Eu tenho muitos amigos, muitos
conhecidos lá que reclamaram, isso foi criação de Vossa Excelência. Então,
Vereador, com todo o esforço de nosso querido Secretário Idenir Cecchin, não é
fácil resolver o problema. Então, o inchamento, a proliferação dos camelôs,
aconteceu muito durante a sua gestão. V. Exª foi um excelente Secretário da
SMIC, mas, nessa parte, V. Exª pecou. Nós tivemos um diálogo muito aberto, V.
Exª sempre nos atendeu com muita simpatia, mas nessa área V. Exª distribuiu
muitas carteirinhas para vendedores ambulantes.
O Sr. Adeli Sell: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.). Eu simplesmente fiz com que aqueles que
estavam em alguns lugares tivessem um tipo de possibilidade de fiscalização. A
quantidade não aumentou; pelo contrário, eu fiz e reafirmo que eu fiz correto,
porque essa era a única forma de termos algum controle. Se V. Exª quiser mais
explicação, vou ao seu gabinete e lhe explico exatamente tudo o que eu fiz;
tenho orgulho do que eu fiz na Secretaria, e eu nunca fustiguei o Secretário Cecchin;
pelo contrário, sou a pessoa que mais colabora com a SMIC, alertando para os
problemas. Se eu cobro é porque a realidade do final de ano, V. Exª sabe, foi
dramática na Cidade.
O SR. ERVINO BESSON: Que bom. Acho
que nós temos que colaborar. Penso que é importante a colaboração entre todos
os Vereadores, de todos os Partidos, como aconteceu agora nos dois últimos
mandatos, aqui, nesta Mesa pluripartidária. Porque, aqui, a cada fim de ano, a
gente enfrentava muitos problemas, e a prova está na forma cordial como nós
votamos todos os Projetos. Cada fim de ano, aqui, eram duas, três horas da
madrugada. Nós saíamos daqui às três horas da madrugada! Este Plenário virava
uma guerra, cada um queria disputar mais beleza do que o outro. Acho que agora
as coisas mudaram, os parlamentos mudaram e terão de mudar mais. Nós votamos
mais de 77 Projetos importantes para a Cidade. Acho que foi uma Administração
muito aberta. Queremos destacar o trabalho da Prefeitura - quem ganha com isso
é a Cidade. É importante ressaltar que os Projetos chegavam ao Plenário já
discutidos entre as Lideranças de todas as Bancadas, e nós os votamos sem
problema nenhum. Creio que foi uma grande vitória para Porto Alegre, e nós
esperamos que nesta Administração - com as minhas queridas mulheres,
competentes mulheres - façamos, juntamente com todas as demais Vereadoras e
Vereadores também, um belo trabalho neste ano de 2007. Quem ganha com isto, sem
dúvida nenhuma, é a nossa Porto Alegre. Muito obrigado, minha cara Presidenta.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): A Verª Clênia
Maranhão está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sra.
Presidente, Srs. Vereadores, dando continuidade aos debates políticos, que é a
essência do Parlamento... Mas antes disso eu queria fazer referência a uma
comemoração, mais uma vez, com relação à grande festa de Ano Novo que viveu
Porto Alegre. Eu tive o prazer de passar o Ano Novo em Porto Alegre e
participar da festa da Usina do Gasômetro. Fiquei realmente encantada com a
festa, com o espírito de alegria, de integração; 50 mil pessoas, segundo os
dados da Brigada Militar. E é incrível, porque o clima era de absoluta paz.
Viam-se shows, fogos de artifícios, comemorações, numa área
revitalizada. Inclusive eu recomendo a todos que ainda não foram naquela área
da Usina do Gasômetro, depois das reformas da Prefeitura, que passem lá para
ver como Porto Alegre está ainda mais bonita.
Quero retomar a questão das obras da Av.
Baltazar de Oliveira Garcia, acho que o Ver. João Dib já disse isso, dizendo
que não é uma obra da Prefeitura; e a Prefeitura tem envidado todos os
esforços, inclusive através de várias Secretarias, para minimizar os estragos
feitos naquela região. Essa obra me lembra, inclusive, a péssima experiência, a
trágica experiência que estamos vivendo no Brasil, hoje, nas construções da BR
-101; horrível, trágica. E acho que nós, aqui em Porto Alegre, como temos
muitos porto-alegrenses e principalmente jovens que pegam aquela avenida, temos
de nos mobilizar e nos irmanar nas grandes mobilizações que são feitas pelas
famílias que já tiveram vítimas ao longo daquela via. É um dado trágico, e acho
que nós também temos de pressionar o Governo para termos mais qualidade
naquelas construções.
Agora, quero fazer comentários sobre algumas temáticas trazidas pelo Ver. Adeli Sell, a respeito do ProJovem, que é uma parceria da Prefeitura com o Governo Federal. Aliás, em todos os discursos do Prefeito ele diz isso, porque nós usamos a parceria no nosso conceito de Governo. Eu só queria lembrar que Porto Alegre foi a primeira Capital brasileira a ganhar o ProJovem, pela eficiência, pela capacidade e pelo conceito político que rege o nosso Governo.
Fomos a primeira Capital brasileira a criar a Secretaria da Juventude; e não criou por Decreto, mas por uma Lei aprovada, inclusive, pela unanimidade desta Casa.
Em relação ao Centro de Porto Alegre, pelo amor de Deus, quem é Vereador antigo não agüentava mais ouvir uma expressão de marketing que falava em “Revitalização do Centro”, e cada vez mais cresciam os lixos, as violências.
Eu proponho a todos e a todas que façamos um percurso ao Centro de Porto Alegre para vermos, inclusive, como está, por exemplo, a Praça Daltro Filho, que não tinha nem bancos para as pessoas sentarem, era um depósito de lixo.
Eu recomendo a todos que, se ficarem em Porto Alegre, num sábado, façam o “Caminho dos Antiquários” - uma área revitalizada que é maravilhosa. Sempre que vou lá, lembro da Recoleta, em Buenos Aires, na Argentina.
Eu recomendo que visitem as construções, restauradas pelo nosso Governo, de várias avenidas que foram abertas, dando acessibilidade ao Centro da Cidade. Proponho que visitem as escavações da Praça da Alfândega, que visitem as obras restauradas do Capitólio, da Confeitaria Rocco. Porto Alegre começa a se apropriar do seu Centro. E estamos há apenas dois anos no Governo, e estamos fazendo tudo isso num ritmo extremamente ágil. E o mérito disso, o motivo disso tudo é o conceito de governança, de parceria e de construção de uma política de desenvolvimento.
E, ainda dentro dessa política de
desenvolvimento, eu queria, até em homenagem à presença do nosso novo colega,
em seu primeiro dia, o Professor Newton Braga Rosa, lembrar os investimentos na
área de Ciência e Tecnologia, na Restinga. Falava-se tanto no Distrito
Industrial da Restinga - principalmente em todas as eleições -, só que era
impossível, não havia condições na Restinga, não tinha nem banda larga na
Restinga. Então, eu acho que essa questão da Ciência e Tecnologia tem sido,
também para nós, uma prioridade do Governo.
Eu queria ainda falar de uma questão que foi
trazida de forma veemente pelo ex-diretor do DMAE, que hoje é Vereador. O DMAE,
hoje, é administrado por um dos grandes engenheiros da nossa Cidade e do nosso
Estado, o engenheiro Flávio Presser. E o DMAE é um órgão - o Ver. João Antonio
Dib conhece mais do que ninguém - que tem um corpo técnico extremamente
qualificado. Por que é que cresceu tanto, avançou tanto, está tão competente a
gestão do DMAE, reconhecida inclusive pela ONU? É porque o Diretor Flávio
Presser tem duas grandes características: é um político democrata e um técnico
qualificado.
Infelizmente, quando ele assumiu o DMAE, a
Prefeitura de Porto Alegre estava há três anos no vermelho, devendo; portanto,
os investimentos internacionais, inclusive destinados ao Programa
Socioambiental, estavam cancelados. O Socioambiental era uma ficção. Então, foi
preciso a eficiência da Prefeitura e do DMAE para que pudéssemos ter crédito
internacional e, enfim, tirar o Socioambiental das propagandas eleitorais e
colocá-lo na vida das pessoas.
(Não revisado pela oradora.)
A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Não havendo
quórum para entrarmos na Ordem do Dia, estão encerrados os trabalhos da
presente Reunião.
(Encerra-se a Reunião às 11h32min.)
* * * * *